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Por Fábio Vanzo

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“O pessoal costuma dizer que o pessoal do Clube Da Esquina foram os Beatles brasileiros, mas eu costumo dizer que eles foram os primeiros punks. Olha só: eles tocavam de costas pro público, eram avessos ao jet-set e experimentaram mais estados alterados da consciência do que o próprio Timothy Leary.” (Samuel Rosa)

Essas palavras definem bem o clima descontraído do show Lô Borges Convida Samuel Rosa, parte da Mostra Contemporânea de Arte Mineira (18 a 23 de novembro), realizada no Sesc Pompéia.

Na primeira parte do show, Lô seguiu seu hábito dos últimos anos, de fazer o setlist com uma maioria de músicas recentes (dois últimos discos), de sonoridade mais pop-rock – sem dúvida fruto da amizade com Samuel – o que, sem dúvida, é uma atitude corajosa e artisticamente relevante.

Após mais ou menos uma hora de show, com canções mais novas e alguns clássicos, Samuel Rosa veio ao palco, quando, em clima de bastante descontração, foram tocadas canções do Skank, como Te Ver (início da relação entre os dois, quando Lô gravou-a em seu disco Meu Filme, de 1996), parcerias Salomão-Samuel (Dois Rios e Resposta), uma canção 100% Skank (Vou Deixar, tocada só por Samuel, enquanto Lô avisava que ia “tomar uma água mais forte no camarim”) e clássicos como Clube Da Esquina Nº2 (sabe-se lá porque, tocada duas vezes), Paisagem Da Janela, O Trem Azul e Para Lennon & McCartney (com a inesperada, ainda que dispensável, participação de Rogério Flausino, do Jota Quest). Uma noite bastante agradável, mesmo que imperfeita.

Mas os fatores “extracampo” acabaram ofuscando o evento. Se eu já achava estranha a idéia de uma “mostra mineira” em São Paulo, mas achava que o show ia ser legal (e foi) e que o Sesc tinha direito de fazer o que quisesse com seu dinheiro. Infelizmente encontrei isto dias depois:

“A mostra obteve o apoio da Lei Rouanet, que aprovou a captação de R$ 800 mil, valor integralmente patrocinado pela Fiat, sob apoio do Sesc..”

Que dizer que eu paguei três vezes o show? Uma contribuindo pro Sesc, uma pagando o ingresso e uma com meus impostos repassados a Fiat?

Isso muda tudo. Como disse Maurício Stycer:

“É preciso realizar um evento deste tamanho, ao custo de R$ 800 mil, com apoio da Lei Rouanet, para ouvir o vocalista do Skank? Lô Borges e Samuel Rosa são “músicos mineiros”? O que é isso? Faz sentido falar em “arte mineira” no mundo de hoje? As manifestações culturais (música, teatro, cinema, artes visuais) de artistas que vivem em Minas são diferentes daquelas realizadas por artistas que vivem no Rio Grande do Sul, no Ceará ou em São Paulo? Antes disso: existe algo em comum aos chamados “artistas mineiros”? O que seria a “arte paulista”? Ou a “arte carioca”?”

E uma das três organizadoras, a Débora Falabella, ainda empregou o marido Chuck e mais um membro da família Hipólito (provavelmente o cunhado) na produção, sabe-se lá a que custo, enquanto os artistas desconhecidos do festival devem ter ganhado uma mixaria – ou vocês acham que os índios (!?) que desfilaram e cantaram na área de convivência do Sesc Pompéia foram bem remunerados?

Enquanto isso, diretores faturam alto, se promovem, e uma grande empresa e uma associação comercial privadas fazem caridade com dinheiro público (pois a lei reverte tudo em isenção de impostos). Lamentável.

Por Fábio Vanzo

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Citibank Hall (São Paulo), 8/11/2008

Após eu reclamar deles num dos meus blogs pessoais, e, inclusive, enviá-los essa reclamação, que eu sabia não ser só minha, mas dos poucos fãs de verdade do Skank (eles são uma banda com muito público, mas de alta rotatividade – o pessoal os vê como uma banda de balada), parece que eles finalmente tomaram jeito e resolveram fazer um show mais corajoso. Apesar de eu não ter gostado do Estandarte, como disse aqui e aqui, e de as músicas não funcionarem melhor ao vivo do que no disco, o setlist foi surpreendente, com a primeira metade inteiramente dedicada a músicas novas e semi-hits (como Mil Acasos, por exemplo – que não deve ter dado certo porque se declarar ateu no Brasil ainda é um problema), deixando o público visivelmente morno. Mas o que importava é que a banda parecia satisfeita, e todos tocavam bem afiados. Só na segunda metade é que o Skank deu ao público o que ele queria: uma enxurrada de hits. Mesmo assim, a maioria foi da segunda fase da banda, do Maquinarama para frente, o que é um bom sinal. No mais, empolgação, profissionalismo e absoluto domínio do palco e do público destes que são os legítimos herdeiros de Lulu Santos no trono do Pop Perfeito.

Sobe
setlist novo
– interatividade: escolha do bis por SMS e lojinha da banda
– cenário belíssimo (só perde para o do Cosmotron)
Ali e Helter Skelter no bis
– Doca Rolim, o guitarrista contratado, tocando cada vez melhor

Desce
– o disco novo não melhorou ao vivo
– vinhetas instrumentais desconectadas das músicas
– a mesma vinheta inicial do Sergio Morricone (idéia copiada do Metallica) tempos
– presenças dispensáveis de Chuck Hipólito e Negra Li (esta, além de tudo, previsível)
– repetir o single (Ainda Gosto Dela) no bis, coisa ridícula

Por Fábio Vanzo

Eu estava certo sobre o Skank: na minha resenha sobre o Estandarte, havia dito que parecia que o Fab Four de BH havia entrado sem nenhuma música pronta no estúdio, feito umas jams e deixado o material pro Dudu Marote dar um formato de canções, adicionando aqueles timbres costumeiramente chatos dele. Pois eu estava certíssimo: deu na Rolling Stone deste mês (Gilberto Gil na capa) que, pela primeira vez, eles entraram pra gravar sem nenhuma música pronta, fizeram tudo por lá e o Dudu “deu a liga” no material.

” Parece que eles chegaram sem nada pronto e entregaram uma demo – feita lá no estúdio do Dudu mesmo –, que produziu tudo à revelia, como Phil Spector em Let It Be.” (A Doze Mãos, 7/10)

“Pela primeira vez em quinze anos, o quarteto mineiro entrou em estúdio sem levar um material preparado previamente” (Rolling Stone, 15/10)

Informações de primeiríssima mão, só aqui no A Doze Mãos.

por Fábio Vanzo

Sabe-se lá por que o Skank resolveu dar alguns passos atrás neste novo disco, o Estandarte, deixando o britpop + clube_da_esquina e voltando aos indecisos tempos do Siderado e do Maquinarama, com faixas que transitam por vários estilos e não têm uma cara “do disco” – Pára-Raio lembra Água E Fogo, do Maquinarama, cuja faixa-título, por sua vez, tem uma contrapartida em Renascença. Dudu Marote encheu as canções com desnecessários barulhinhos eletrônicos, como também é dispensável a Negra Li cantando junto em Ainda Gosto Dela. Parece que eles chegaram sem nada pronto e entregaram uma demo – feita lá no estúdio do Dudu mesmo –, que produziu tudo à revelia, como Phil Spector em Let It Be. Quem gostava do Skank “das antigas” é capaz de curtir este disco, visto que estão de volta as levadas “deridaumdaumdaum”, os metais e os grooves de dancehall. Ah, e as levadinhas à Taxman estão cansando. Não por acaso os melhores momentos do disco são os que lembram algo de Cosmotron e Carrossel: Chão e Submundo. Ruim não é, visto que são compositores e músicos talentosos. Mas dessa vez, para mim, que considero Cosmotron o melhor disco já feito no Brasil (em todos os sentidos), ficou faltando alguma coisa, talvez o passo à frente mesmo.

por Renata Getz

Eles deixaram as guitarras temporariamente de lado para se dedicarem a outro projeto: o de escritores. No início desse ano, Humberto Gessinger, vocalista e guitarrista da banda Engenheiros do Hawaii e Samuel Rosa, vocalista e guitarrista do Skank, foram convidados por editoras distintas para escreverem sobre as razões pelas quais tornaram-se torcedores do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e do Cruzeiro Esporte Clube, seus times, respectivamente.

A relação mais próxima entre os dois clubes, talvez sejam as cores azul e branca. A minha relação para com ambos é distinta: sou Cruzeirense, assim como Samuel, e fã incondicional de Humberto, que é Gremista.

“Meu Pequeno Gremista”, de Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii) narra a paixão de Gessinger pelo tricolor gaúcho. De forma sutil e delicada, o músico lembra do dia em que ganhou a primeira camisa do clube, dos jogos assistidos em família, da primeira ida ao Olímpico e da incursão de sua filha, Clara, ao universo gremista. Explica porque torce pelo Grêmio: um time que nunca perde a esperança mesmo quando as coisas parecem impossíveis, que joga com o coração cheio de raça, coragem e alegria. Talvez o livro tenha soado óbvio para os fãs dos Engenheiros do Hawaii, porém convenhamos: é um livro infantil sim – quinze minutos são suficientes para consumi-lo – e Gessinger foi claro e objetivo o suficiente para convencer qualquer pessoa sobre sua paixão. As ilustrações, de Fábio Nienow, são um capítulo à parte.

“O Dia Em Que Me Tornei Cruzeirense”, de Samuel Rosa (Skank), segue a mesma temática de “Meu Pequeno Gremista”, aonde Samuel fala de seu amor nato pelo time da Toca e lembra fatos importantes, como a primeira vez em que esteve no Mineirão e do tempo das vacas magras do time, época esta que coincidiu com sua adolescência. Além da história ilustrada, o livro traz ainda um almanaque completo, com todas as informações que o leitor precisa para conhecer a história de seu clube do coração, como as conquistas, o hino, as maiores goleadas e os grandes craques.

Considero ambos objetos para colecionadores ou ótimas opções de presentes para crianças torcedoras. “O Dia Em Que Me Tornei Cruzeirense” serve como um bom referencial da participação do Cruzeiro nos principais campeonatos. Já “Meu Pequeno Gremista”, embora tenha soado óbvio para muitos, é um livro para fãs dos EngHaw.

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